segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Parnaíba começou no Porto das Barcas

A origem do núcleo urbano que depois foi elevado à categoria de vila com o nome de São João da Parnaíba e depois cidade de Parnaíba, foi o Porto das Barcas. O conjunto arquitetônico formado por casarões e armazéns é hoje o núcleo de um perímetro definido e tombado no mês passado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(Iphan), em reunião realizada no Rio de Janeiro. As construções rústicas em estilo português constituem a principal atração turística e cultural do sítio histórico parnaibano. Há registros de que toda a argamassa utilizada nas paredes foi traçada à base de uma mistura que tinha o óleo de baleia como um dos seus componentes. Era uma forma de compensar a ausência, ainda do concreto.
Por volta de 1.758 começaram, no Porto das Barcas, as atividades de beneficiamento da carne de gado, transformando-a em charque, sob o comando de Domingos Dias da Silva que chegou a abater quarenta mil bois por ano. Em 18 de agosto de 1.762, o governador da Capitania de São José do Piauhy, João Pereira Caldas, instalou a Vila de São João da Parnaíba e determinou que a sede fosse no povoado Testa Branca e não no Porto das Barcas, não vindo a prosperar. Tais evidências fizeram com que o governador Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, em 1.770, autorizasse a transferência da sede da vila do Testa Branca para o Porto das Barcas, em virtude da logística ser bem melhor, facilitando ainda mais o escoamento do charque.
De entreposto comercial no passado, o Porto das Barcas firmou-se no presente como ponto de partida para vários destinos da Rota das Emoções, por ali existirem algumas agências de turismo. Todos os anos também recebe uma grande feira, entre outros eventos. Sua beleza arquitetônica é de causar impressões fortes e positivas nos milhares de visitantes que recebe anualmente.
Um dos prédios do complexo do Porto das Barcas é o cartão postal mais conhecido de Parnaíba. Trata-se do sobradinho amarelo defronte o rio, onde funcionou a alfândega no período do apogeu comercial do lugar. Ainda hoje os visitantes podem admirar ou tirar fotografias tendo como cenário um guindaste a vapor, já desativado, e que ainda está sob os trilhos que lhe serviam para locomoção. (Texto: F.Carvalho. Publicado no Jornal Meio Norte, edição de 19 de outubro de 2008).

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