terça-feira, 2 de novembro de 2010

Wilson Martins e o modo pernambucano de governar

            É normal, natural e recomendável a todo governador imprimir seu estilo administrativo. Mas há algo de divergente entre o que dizia o governador reeleito Wilson Martins durante a campanha e seus pronunciamentos pós-urnas. Antes ele afirmava e propagava que seu compromisso era com a continuidade do governo de Welligton Dias, do PT, não se comprometendo com qualquer mudança drástica. Tampouco se mostrou insatisfeito com o tamanho da máquina administrativa do governo que ele chamou de “nosso”. Mal os computadores do TRE confirmam a vitória de Wilson Martins, percebe-se gradativa mudança de foco no discurso dele, apontando para intervenções que vão muito além de uma simples adequação do modelo petista ao modelo do novo mandatário do Estado.
            Que modelo petista que nada! O bom agora é o modelo de Pernambuco, levado a cabo pelo governador reeleito Eduardo Campos. A máquina administrativa do Piauí? Ah! Esta está muito inchada, pesada e ineficiente. Precisa ser “enxugada”, dinamizada... Ah! Tá. Então o ex-governador e senador eleito Welligton Dias não era aquela sumidade toda, alardeada no programa eleitoral do PSB. Então, porque o modelo administrativo dele tem que ser implodido agora, hem? O que dirão os companheiros mais entusiasmados? Será que o modelo enxuto que será importado de Pernambuco vai contemplar os ávidos companheiros, camaradas e outros acompanhantes do primeiro e segundo turnos? Isso não vai dar certo!
            A idéia do governador reeleito de fazer muito mais do que um up-grade no governo não chega a ser má. Pelo contrário. A estranheza fica por conta de ser uma contrariedade ao discurso dele durante a campanha, em que até o sotaque de Welligton Dias foi copiado. Se estiver mesmo determinado, o governador Wilson Martins correrá o risco de desagradar membros da sua ampla bancada de apoio na Assembléia Legislativa. Acabar com feudos, talvez não seja interessante para quem vive de olho em cargos de todos os escalões. Isto sem esquecer os menos desapegados que, possivelmente, lutarão para dar sobrevida ao modo petista de governar.


Texto:  F.Carvalho

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